HISTÓRIAS DA CAPOEIRA

PUXADA DE REDE


  O teatro folclórico que retrata a puxada de rede, conta a história de um pescador que, ao sair para o mar em plena noite para trazer o sustento da família, despede-se de sua mulher que, tendo um mau pressentimento, o assusta dizendo dos perigos de sair à noite.


  Mas o pescador sai e a deixa chorando com seus filhos assustados. O pescador sai para o mar e leva consigo uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, seus companheiros de pesca e a bênção de Deus. Muito antes do horário previsto para a volta dos pescadores, que seria às 5 da manhã, a mulher do pescador, que ficara na praia esperando a hora do arrasto, teve uma visão um tanto estranha.
  Ela vê o barco voltando com todos à bordo muito tristes e alguns até chorando. Quando os pescadores desembarcam, ela dá pela falta do marido e os pescadores dizem que ele caiu no mar por conta de um descuido e que devido à escuridão da noite, não foi possível encontrá-lo, ficando ele perdido na imensidão das águas. Ao amanhecer, quando foram fazer o arrasto da rede que ficara no mar, os pescadores notaram que, por ter sido aquela uma noite de pouca pesca, a rede estava pesada demais.
  Ao chegar todo o arrasto à praia, já com o dia claro, todos viram no meio dos poucos peixes que vieram, o corpo do pescador desaparecido. A tristeza foi instantânea e o desespero tomou conta de todos ali presentes.
  Prosseguem-se então os rituais fúnebres do pescador sendo levado à sua morada eterna pelos amigos que estavam com ele no mar, sendo seu corpo carregado nos ombros, ao longo da praia.


ORQUESTRA DE BERIMBAUS


  É comum dizer que o berimbau é o mestre dos mestres; é ele quem comanda a roda de capoeira, quem determina o ritmo ou andamento do jogo de capoeira - mais lento ou mais rápido.
  Nos shows apresentados pelo grupo temos a oportunidade de mostrar uma orquestra composta por mais de 20 berimbaus - gungas, médios e violas - que tocam ritmos como Angola, Cavalaria e Samba-de-Roda, demonstrando toda a versatilidade e harmonia do principal instrumento musical presente em todas as rodas de capoeira.


MACULELÊ


  O maculelê nasceu nos canaviais durante a época colonial. Inspirado nos escravos cortadores de cana, os negros criaram este folguedo místico como forma de manifestação e expressão de sua cultura. O maculelê é uma dança, um jogo de bastões remanescente dos antigos índios cucumbis. Os cepos de cana substituíam as armas que eles não podiam ter e pedaços de pau que por ventura não encontravam naquele momento. Enquanto "brincavam" com os cepos de cana no meio do canavial, os negros cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Porém, eles cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os feitores não entendessem o sentido das palavras. Assim como a "brincadeira de angola" camuflou periculosidade dos movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de esconder os perigos desta luta.


SAMBA DE RODA


  O samba de roda é uma das variações do batuque de Angola. Conforme reza a tradição, no meio da roda, um dançarino sambava sozinho. Depois de certo tempo, através de uma umbigada, convidava um dos presentes para substituí-lo.A orquestra de samba geralmente é composta por pandeiros, viola, chocalho, prato de cozinha arranhado por uma faca e, às vezes, por berimbau. O canto é puxado por uma pessoa, respondido pelos demais, acompanhado por palmas. O cancioneiro do samba de roda é muito rico e tem sido uma fonte inesgotável para o cancioneiro erudito popular do Brasil.Na Bahia se faz samba de roda em muitos lugares e em ocasiões, sendo porém muito animadas e comentadas aquelas que acontecem nas festas de largo de Salvador. E alguns terreiros de samba de candomblé como o da mãe Alice, o samba de roda pode ser apreciado na sua forma tradicional.As famosas Bahianas da Mãe Alice, como Nita, Edinha, Marinalva, Joselita entre outras, fizeram parte da chamada TURMA DE BIMBA, nos anos 50 e 60.